“É assim conhecido pelo facto de, desde a sua fundação, no ano 1938, e durante vários anos em que a pobreza e a carestia de vida motivada pelo decurso da II Guerra Mundial, serem bastante evidentes, distribuírem apenas no dia da festa, pratos de arroz doce (papas) aos irmãos.
Realiza-se na Terça-feira do Espírito Santo, no lugar do Canto do Chão Frio, freguesia da Praia do Almoxarife e a sua irmandade é composta de 28 irmãos, que, rotativamente, vão “servindo” todos os anos em honra do Divino Paráclito.
A atestar as dificuldades existentes na época da sua fundação, bem como as dificuldades de todos os irmãos devotos, confidenciou Francisco Furtado da Terra, que a primeira Coroa deste Império foi feita em “filaça”.
Anos depois, mandaram fazer uma Coroa em “lata” (chapa zincada). Só há cerca de 48 anos é que conseguiram verba que lhes permitiu adquirir, numa ourivesaria, uma pequena Coroa em prata, com 4 hastes, a qual conservam com esmerado zelo.
De momento, e através da oferta de um irmão emigrado nos Estados Unidos da América, o conhecido condutor de alcunha “o Gravatas” possuem uma Coroa grande, em prata, com seis hastes, unidas por uma esfera encimada por pomba. Esta doação foi feita sob a condição de, se algum dia o Império acabar, a Coroa ser entregue aos familiares.
No entanto, e apesar das dificuldades, a fé e o espírito devotivo dos irmãos do Império das Papas tudo ultrapassaram, e nunca deixou de fazer-se, ao longo de todos estes anos.
Dos primeiros “serviços” em que só eram distribuídas as já referidas “papas” de arroz, passou-se a servir as tradicionais “sopas” a todos os irmãos e familiares.
Dispõe ainda de dois Estandartes, um dos quais, lindíssimo, em damasco vermelho, com uma Coroa bordada a fio de ouro e lantejoulas, sendo este, mais uma oferta de um natural do lugar emigrado em terras do “Tio Sam”.
De há 23 anos para cá, e por promessa de uma senhora de seu nome Palmira Rodrigues, são durante o arraial animado pela filarmónica da freguesia, distribuídas “rosquilhas” a todo o povo presente, e sempre em grande número os faialenses ali acorrem.
O Império do Chão Frio merece, em nosso entender, pelo seu historial e pela persistência dos seus irmãos, a simpatia de todos nós, faialenses.”